26 de abril de 2008

Assim dá gozo...

... ler coisas mais pessoais-verdadeiras... Sei que o mundo é mais virado para as conversas superfluas tipo messenger (sem ofensa). E então fico contente quando leio algo mais significativo, entre outros um dos anjos escreveu-me um desabafo. E vou aqui publicar uma parte da minha resposta em que falo... bem, se alguém tiver a paciência, aqui vêm:


Querido filho,

é mais do que claro que quero contar ainda contigo! Como também é claro que um dia também tu vais sair do GRAPA. É bom olhar para trás para nos certificar do valor e da autenticidade das nossas experiências. A mudança séria sem dor e o futuro de uma pessoa mais madura sem insegurança são duas coisas que não passam de mitos.

Vi partir anjos do GRAPA que nem sequer conheceste. Quando aconteceu, confesso, partiu-se uma parte do coração, mas depois curei as feridas e continuo apaixonado como antes. E lembro-me doutros que deixei, meu grupo de jovens e o de idosos na Alemanha e tanta gente, amiga desde há décadas, que nunca mais vi. Tu sabes que digo isto como homem (maluco e de pancadas, mas sobretudo como homem) feliz e realizado. Vivo o Micha e sinto que consigo cada vez mais ficar semelhante a mim próprio.

Não vamos acreditar nos caminhos fáceis cujos destinos estejam previsíveis e não em caminhos sem monstros nocturnos que nos reduzem a uma miséria constituida apenas por medo, nojo de nós próprios e de falta de coragem. Quem não desce até ao fundo de si, não vai voar até ao céu. Deus fala-nos muito quando Ele parece desaparecido.

Uma constituinte da nossa vida tem de ser uma procura cruelmente autocrítica do nosso caminho verdadeiro.
Outra a entrega à pessoas e à causa que, no fim, nos dizem: isto és tu, tu és assim e podes ser assim (Não interessa se somos "pequenos" ou "grandes".).
Outra ainda a sensibilidade para a linguagem do transcendente que nos fala, sem uma única interrupção, sem uma única excepção, através de tudo e de todos. Para nos guiar , para nos moldar, para encontrar o caminho para a intimidade do outro.

Para quê? Para - com sorte(?) - entender numa visão que todo o mundo e toda a insignificância do nosso ser é apenas uma preparação para um dia nos unir com O caminho, A verdade e A vida. Esta unificação mística é alcançável aos peregrinos verdadeiros que não têm medo de experimentar todos os abismos dentro do eu e dentro do eu do outro. Será uma perda da nossa identidade? É exactamente o contrário, é o encontro com nós próprios. É o que nos dá ma identidade mais profunda.

Já não parecem palavras deste mundo, pois não? Bem, se um budista fosse pedido para explicar os seus sentimentos transcendentais, só se ria. Descrever o encontro com Deus-Amor é como explicar a quem nunca esteve apaixonado o significado da paixão pela namorada. Só pode parecer uma doidice.

Sentir verdadeiramente que Deus se transmite no sentimento do Amor universal em que estamos felizes até não aguentar e com a vontade de abraçar o universo inteiro parece-me a experiência humana mais fantástica e mais relevante. Dá confiança-esperança-fé em nós, no outro, e - óbvio - n'Ele.

Que giro, não é? É celestial! Só que isto não cai do céu. Caminha! O resto já não é contigo. Ele fará o resto.

CAMINHA ! ! !

1 comentário:

Anónimo disse...

A pedido de muitas alminhas...
Obrigado grapa por tudo, por todos, por cada concelho, cada olhar, miminho...cada momento.
Até sexta-feira!
(9º vai todo:))